segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Quem foi que disse?


Quando se iniciou de verdade, eu pensei que superar ia ser o verbo do meu ano, e sei que naquele ano superei muitas coisas, mas o pior ainda não e, talvez demore ainda algumas semanas, quem sabe meses, porém por um longo tempo sei que vai ser como uma ferida, difícil de cicatrizar.
De sinceridade e intensidade havia sido tudo aquilo que fiz ou falei, eu sei disso e me sinto tranqüila por tamanha honestidade, não com os outros, mas sim comigo mesma. Sabia como era grata por ter feito aquilo que tive vontade, sem medo do que os outros pensariam, ou sem medo se mais tarde iria me arrepender, e hoje apesar de alguns pequenos arrependimentos, sei que valeu a pena. Pelo menos para mim. Não sei dizer ao certo o que sinto agora. Uma mistura. Talvez. Angústia, raiva, decepção, chateação, tristeza, nostalgia... Sentimentos dos quais eu nem conhecia o nome, quanto menos sua existência.
Ao longo de um período, me entreguei, fechei os olhos e de verdade, me joguei, e mesmo sabendo que talvez fosse acabar como outra experiência passada, talvez durando um pouco mais, ilusão. Acreditei nisso. Do mesmo jeito que acreditei em muitas outras coisas. Mas desde o começo eu sabia que mais pra frente, muitas coisas eu teria que enfrentar, e isso incluía também um possível sofrimento, que no momento eu desconhecia.
Um texto totalmente pessoal, meu, de autor desconhecido, eu diria, onde ninguém precisa entender, um texto onde nem metade do que sinto, de fato, expresso.
Talvez pra mim, mais do que para outro. Ora John, ora Savannah.
E me agarro apenas em lembranças, talvez em outras coisas mais sólidas antes de dormir, ou em outras palavras, que assim se resumem, numa coisa que na verdade, não tem resumo.

Por um breve instante, é como se estivéssemos juntos de novo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão tá ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa “impulso vital”. Pois esse impulso, as vezes cruel, não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrara que sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer. E, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento de surpreenderás pensando algo como: estou contente outra vez. [...]
Caio Fernando Abreu